Artistas emergentes sofrem na imigração norte-americana
Em meio à neurose anti-terror nos Estados Unidos, que tornou a entrada no país e a obtenção de vistos mais burocráticas, quem está tendo muitos problemas são artistas com pouco tempo de estrada. As autoridades de imigração americanas simplesmente não se adaptaram aos novos tempos, onde bandas estouram de uma hora para outra.
Todo o problema está no fato de que, para conseguir o chamado P-1, uma das várias categorias de visto para o ramo do entretenimento, a banda precisa atender a alguns critérios dúbios como ser “internacionalmente reconhecida” por um tempo “substancial e sustentado”.
Para grupos
O caso mais recente foi o da cantora inglesa Lily Allen. Escalada para se apresentar no VMA na semana passada e com uma turnê agendada para esse mês, Lily foi obrigada a cancelar todos os shows por problemas com o visto. Além do prejuízo para a bilheteria (várias tinham ingressos esgotados), o estrago também chega no bolso do artista, que fica sem cachê e com a
Outro caso que ficou famoso foi o da anglo-cingalesa MIA, que tinha um álbum todo para produzir nos EUA, com a participação de Timbaland. O visto da cantora foi negado e ela acabou mudando toda a concepção do disco. A cantora acredita que o envolvimento do pai com os guerrilheiros Tamil Tigers, do
Não é só a música pop que sofre com a dificuldade em mostrar sua música nos Estados Unidos. Um dos casos que ficaram famosos na música eletrônica foi o do produtor e DJ francês Laurent Garnier. Em 2003, Laurent teve que cancelar apresentações no país por problemas com a imigração e em 2005 chegou a boicotar o país, em protesto à burocracia.
“Para conseguir um novo visto, as regras mudaram mais uma vez desde novembro de 2004 e eu agora eu não preciso apenas preencher um formulário excessivo, mas também ser entrevistado por um membro da embaixada, produzir provas de que sou dono da minha casa, detalhes da minha conta bancária, do meu telefone celular, informações pessoais de todos membros da minha família e mais”, disse o francês na época em um comunicado.
Marcus Vinícius Brasil
Fonte: rraurl.uol.com.br