Eu tive o prazer de participar de uma campanha em favor de Rafael em 2009, promovida por Arthur Moreira, que se empenhou ao máximo para conseguir um pouco mais de conforto para este jovem extraordinário, que teve sua juventude modificada pelo destino. Vale a pena ler o texto abaixo, escrito por Mônica Moro Harger e Fernanda Morishita. É uma
Deparei-me com a luta de Rafael Caroni em 2005, pouco tempo depois de superar situações dramáticas de saúde em minha família, e fiquei imensamente sensibilizada com a sua história.
Gaúcho, gremista, guri de muitos amigos, Rafael era um jovem ativo e inteligente (ele continua sendo, apesar de não ter meios de demonstrar). Cursava o último período da faculdade de Ciências Contábeis da PUC/RS e trabalhava ativamente para o DCE. No último dia das férias de inverno de 2003, aos 24 anos, Rafael e os amigos foram "dar uma última surfada". Ninguém percebeu que Rafael passou mal no mar, sendo resgatado por um bombeiro após aproximadamente 20 minutos submerso. Rafael tivera um AVC, cujas sequelas foram intensificadas pelo período de afogamento. Quando foi transferido para o hospital de Porto Alegre, os médicos deram-lhe 2% de chances de sobreviver. Ele permaneceu em coma por cinco meses, mas seus pais e irmãos nunca deixaram de crer que se salvaria e voltaria a abrir seus imensos olhos castanhos para a vida. Um dia, isso aconteceu, e foi uma vitória muito comemorada! Depois dessa, pouco a pouco vieram muitas outras, em meio à sua lenta e obstinada busca por saúde e vida: um sorriso, palavras de carinho e gratidão balbuciadas com dificuldade, um sinal de "positivo"... As dificuldades foram, e são, imensas, mas as vitórias se tornam igualmente gigantes. Como dizem Lourdes e Paula, mãe e irmã guerreiras, "através da dor e do sofrimento, todos aprenderam a valorizar as coisas "pequenas", como um sorriso ou um movimento de mãos..."
Hoje, nove anos após o acidente, Rafael consegue ler, movimentar os braços e, com dificuldade, falar e se expressar. Mas não foram poucas as adversidades que se somaram em todos estes anos. Problemas de encurtamento muscular e de tendões fazem com que não consiga esticar as pernas; não consegue firmar o pescoço; não possui controle das funções básicas; alimenta-se por sonda; além de diversas outras limitações. Apesar de tantas dificuldades, a cada dia ele tem uma nova conquista em sua incessante luta pela recuperação plena de seus movimentos e de sua vida.
Ao conhecer esta história, tive razões muitos pessoais para não deixá-la passar em branco. Entre vários motivos, aquela velha vontade de "ajudar alguém sem saber a quem" tinha finalmente encontrado seu destino. Desde então, esta é a "minha causa": AJUDAR RAFAEL CARONI.
Desde 2005 tenho organizado campanhas solidárias e faço visitas periódicas ao Rafael e à sua família quando vou a Porto Alegre visitar meus familiares. Na primeira campanha, conseguimos fazer uma enorme compra de supermercado e ainda entregar uma boa quantia em dinheiro. Foi a primeira de várias, em que a alegria que sinto ao entregar nossa arrecadação é abrilhantada ainda mais pelo sorriso do Rafael, pelo forte aperto de sua mão, por seu sussurrado "Muito Obrigado". Em 2009, quando Rafael completou 30 anos, fizemos uma grande campanha cujo ponto alto foi um jantar beneficente organizado pelo amigo Artur Moreira em Newark, EUA. Ao juntarmos com a campanha local, tínhamos arrecadado R$ 8.260,00. Este montante foi revertido na realização de um sonho: um carro para o Rafael! Assim, a Ipanema 1993 foi levada de Curitiba para cumprir a nobre missão de facilitar o transporte do Rafael para exames, consultas, tratamentos e atividades de lazer.
Agora, três anos após nossa última grande arrecadação, com fôlego renovado e muita vontade de continuar ajudando, estamos lançando a campanha "1000 TSURUS POR UM SORRISO", fruto de muita conversa com minha amiga e sócia Fernanda Morishita. Inspiradas na história de Sadako*, lançamos a idéia de confeccionar 1000 tsurus em prol da saúde e qualidade de vida do Rafael. Cada tsuru vale R$ 5,00 - e você pode patrocinar quantos quiser! Em cada tsuru escreveremos o nome de quem contribuiu e, com os 1000 tsurus, faremos uma montagem que será entregue ao Rafael. Simbolicamente, este será um grande presente, colorido de amor, repleto de boas energias, pleno de solidariedade. Com o dinheiro arrecadado compraremos três itens de grande necessidade para o Rafael:
Não importa a quantia com a qual você pode colaborar! E, se desta vez não for possível contribuir financeiramente, ou se você quiser ajudar de alguma outra forma, divulgue nossa ideia. Espalhe aos amigos essa "boa causa", pois a melhor parte de ser solidário é ver a corrente crescer... Você vai perceber como é bom fazer parte de uma "corrente do bem", e vai sentir uma alegria indescritível, pois saberá que o "todo" se faz de "partes", e que você faz parte disso...
* A história de Sadako
Depois da destruição de Hiroshima em 06/08/1945, surgiram muitas doenças entre os sobreviventes. Uma das vítimas, a menina Sadako Sassaki, com dois anos no dia da explosão, começou a sentir os efeitos da Bomba Atômica aos 12 anos, sendo-lhe diagnosticada Leucemia. Quando Sadako estava no hospital, um amigo levou-lhe alguns papéis coloridos e dobrou um pássaro (TSURU). Disse-lhe que esse pássaro é sagrado no Japão, que vive mil anos e tem o poder de conceder desejos. Se uma pessoa dobrar mil Tsurus e fizer o seu pedido a cada um deles, será atendida. Sadako então começou a dobrar Tsurus e a pedir para se curar, porém a sua doença agravava-se a cada dia. Ela começou, então, a pedir pela Paz Mundial. Sadako dobrou 646 Tsurus até 25 de Outubro de 1955, data em que morreu. Seus amigos dobraram os pássaros restantes a tempo de seu funeral. Mas eles queriam mais, desejavam pedir por todas as crianças que estavam morrendo em conseqüência da Bomba Atômica. Os amigos de Sadako formaram um clube e começaram a angariar dinheiro para um monumento. Contribuíram estudantes de mais de 3000 escolas do Japão e de 9 outros países. Em 5 de Maio de 1958 inauguraram o Monumento da Paz das Crianças, no Parque da Paz de Hiroshima. Todos os anos no Dia da Paz, seis de agosto, são enviados para o Parque Tsurus de papel provenientes de todo o mundo, com o desejo de espalhar pelos povos a mensagem esculpida na base do monumento de Sadako: "Este é o nosso grito. Esta é a nossa oração. Paz no mundo. Sadako, onde você estiver, saiba que sua mensagem está sendo conhecida no mundo todo, e esperamos que também seja cumprida".
MUITO OBRIGADA!
Mônica Moro Harger e Fernanda Morishita
Curitiba PR
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