Sonho de fazer MBA atrai brasileiros aos Estados Unidos

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June 1, 2012, 2:52 pm
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O sonho de fazer MBA (Master in Business Administration) no exterior tem deixado de ser algo inalcançável e tornado-se realidade para muitos brasileiros. E o mercado está em plena expansão para quem está disposto a lutar por esse sonho. O campineiro Marco Cauduro, 31, formado em Engenharia de Computação pela Unicamp (SP), já contava em seu currículo com um mestrado técnico na Itália e uma carreira em negócios no Brasil e no Chile. Porém, o que para muitos já seriam grandes conquistas, para ele ainda não era o suficiente. “Percebi que me faltavam backgrounds financeiros e econômicos, então decidi desenvolvê-los no país mais conhecido no mundo pelo desenvolvimento de negócios”, conta. O brasileiro optou por morar em Hanover, em New Hampshire, para fazer MBA com foco em general management, na Tuck Business School at Dartmouth College. Esforço e dedicação O paulistano Tiago Vidal Godoi, 30, desde cedo foi um jovem determinado e disposto a lutar pelo sucesso profissional. Aos 16 anos, desenvolvia sistemas de computador para médias e grandes empresas em São Paulo. Aos 20, entrou para a faculdade de administração da USP. No terceiro ano, iniciou estágio na área de tesouraria internacional do Banco Real (hoje Santander). Porém, sentia uma grande defasagem em relação aos seus colegas, por não conseguir acompanhar treinamentos e reuniões em inglês, apesar do curso intensivo de inglês nos fins de semana. Ciente de que uma experiência profissional no exterior seria fundamental para a sua carreira e sabendo que o banco não poderia oferecer essa oportunidade, Godoi resolveu radicalizar e arriscar. Saiu do banco e foi a caça de um trabalho relevante em qualquer país no qual a língua nativa fosse o inglês, tendo preferência pelos Estados Unidos, onde as maiores empresas estão sediadas. “Fiz uma lista de algumas empresas grandes e comecei a mandar currículos. Alguns amigos achavam que era loucura o que eu estava fazendo”. Contudo, Godoi não obteve resposta. Foi quando decidiu partir para um ‘plano B’: utilizar sites de emprego americanos e alguns jornais locais para procurar empresas menores, que tinham um método de contratação mais flexível. “Depois de algumas semanas, comecei a receber respostas. Fiz três entrevistas por telefone e finalmente recebi uma oferta para ser trainee na área financeira de uma empresa de telecomunicações no sul da Flórida”. Era só o início. Sem conhecer ninguém, foi roommate de um haitiano. Um ano depois, dominando o idioma, Godoi era promovido a gerente da área financeira. Ao conhecer a mulher que hoje é sua esposa, Christina Bianchi, o brasileiro adiou a volta para casa. Com isso, surgiram os planos de fazer um MBA. Audacioso, ele queria cursar um dos dez melhores MBAs do mundo. “Foram mais de oito meses de preparação, longas noites estudando para o GMAT (prova de inglês e matemática), TOEFL (prova de inglês para estrangeiros) e escrevendo redações sobre minha evolução profissional e acadêmica para as universidades”, relembra. No meio desse processo árduo, Tiago e Christina descobriam que ela estava grávida. “Essa notícia me deixou preocupado, pois o MBA é um investimento caro e de longo prazo. Os melhores programas de MBA dos EUA são de período integral, duram dois anos e custam em média $50 mil dólares por ano”, conta. Mas a chegada de Lucas foi o que “deu ainda mais garra para correr atrás dos sonhos”. Rumo a Michigan Ao conquistar uma vaga para cursar MBA na University of Michigan, a família Godoi colocou tudo o que tinha dentro de uma van e viajou por três dias até chegar a cidade de Ann Arbor. Sem conhecer ninguém, após deixar o clima quente da Flórida, o primeiro obstáculo foi enfrentar o frio de 25ºC negativos, seguido de ter que sustentar uma família com o orçamento de um estudante. Enquanto se preparava para disputar um concorrido estágio, na véspera da última entrevista com a maior empresa de consultoria estratégica do mundo, Godoi descobriu que a esposa estava grávida do segundo filho, Nicolas. “Como se não bastasse a tensão do processo de recrutamento, eu ainda teria mais uma ‘boca’ para alimentar, um ‘budget’ limitado, uma dívida gigantesca e desempregado. Foram as 24 horas mais tensas que eu já vivi”, ressalta. Mas, mais uma vez, o filho que estava por vir foi o incentivo que faltava, garante ele. “Eu me sai bem na entrevista e recebi uma oferta de estágio, onde depois fui efetivado. Daquele dia em diante, o MBA se tornou a melhor experiência da minha vida”, garante. O jovem se formou no final de abril e agora prepara-se para colher os frutos do seu esforço. Junto com a família, está de mudança para São Paulo, onde trabalhará numa empresa de consultoria estratégica. “Eu escolhi morar no Brasil após a graduação, porque o país está numa fase de crescimento acelerado para quem está preparado para as oportunidades”. Apesar de toda dificuldade, Godoi afirma que um MBA é fundamental para quem quer se destacar e avançar na carreira, apesar de ser um investimento alto. “Um MBA de primeira linha traz o network e a credencial necessários para garantir uma mobilidade profissional e geográfica, caso uma crise inesperada possa atrapalhar os planos”, diz, ressaltando a importância de optar por um MBA reconhecido mundialmente. Mercado em expansão para que tem o título de MBA Uma pesquisa divulgada, na última semana, pelo Graduate Management Admission Council (GMAC), instituição que aplica o GMAT – teste de admissão usado pela maioria das escolas de negócios – mostra que o mercado está cada vez mais em expansão para quem tem o título de MBA. O estudo mostra que 62% dos que concluem o MBA, este ano, tinham uma oferta de trabalho no momento da pesquisa, entre fevereiro e março. Em 2011, essa porcentagem era de 54 pontos. Os alunos que cursam um MBA em seus países de origem recebem mais ofertas que os estrangeiros – 68% contra 50%. Nas escolas americanas, por exemplo, 64% dos alunos nascidos nos EUA tinham uma proposta de trabalho no período da pesquisa. Entre os estrangeiros, a porcentagem cai para 43%. Na Europa, a diferença também existe, mas é menor – 59% contra 55%. Os setores preferidos pelos formandos nos MBAs para trabalhar são os mesmos dos últimos anos: produtos e serviços, consultoria e finanças e contabilidade. As áreas que mais contratam, no entanto, são outras: indústria, saúde e tecnologia. Um terço dos entrevistados pretende permanecer com seu atual empregador. Esses estudantes, no entanto, esperam obter um aumento salarial de 36% com a conclusão do curso. Uma pequena parcela dos formandos de programas executivos (5%) já atua como empreendedor ou pretende abrir o próprio negócio. A maioria dos que pretendem atuar por conta própria é homem (78%) e a faixa etária acima de 31 anos (59%) é mais propensa a empreender que os mais jovens (41%). O GMAC ouviu mais de cinco mil pessoas que concluem programas executivos este ano em escolas de negócios ao redor do mundo.

Author: Simone Raguzo
Simone Raguzo de Santa Catarina, formada em Comunicao Social, com habilitao em Jornalismo, pela Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul). Traz em seu currculo experincias como reprter e editora chefe de jornal e revista, alm de assessoria de imprensa. Atualmente atua no Gazeta Brazilian News, no sul da Flrida.
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