Aos 84 anos de idade, a mexicana Felicitas Gurrola assumiu que há 40 anos dirige um esquema familiar de contrabando de pessoas para os Estados Unidos. Com uma voz quase inaudível, ela se declarou, na sexta-feira (19), culpada pela acusação de tráfico e fornecer documentação falsas para os imigrantes apresentarem às autoridades na travessia em San Ysidro, na California.
A filha de Felicitas, Hilda Moreno, de 56 anos de idade, também foi assumiu a culpa de participar da quadrilha de traficantes. Elas podem ser condenadas a até 15 anos de prisão.O advogado da traficante, Tom Matthews, disse que vai solicitar uma audiência para o dia 9 de novembro, para expor ao magistrado a questão da idade e os problemas de saúde de Felicitas e que isso seja analisado na hora de aplicar a pena.
O advogado ainda salientou que está há quatro anos com a acusada e disse que por todo este tempo ela sempre respeito o ser humano. “Minha cliente nunca abandonou nenhum dos imigrantes que ajudou atravessar a fronteira, tal como acontece com outros traficantes”, fala.
Ele acredita que diante do exposto e dos problemas da sua cliente, a pena máxima deva ser de no máximo cinco anos.
A TRAFICANTE
Há algumas décadas o esquema de Felicitas era muito forte e atualmente acredita-se que pelo menos m80 imigrantes por mês procuram os serviços do grupo. Com o fortalecimento na segurança da fronteira, o fluxo diminuiu, mas a traficante continuou trabalhando , com a ajuda de sua filha e outras pessoas.
Ela se encontrava com os imigrantes no Tijuana Suites Royal Hotel, onde entregava os documentos pertencentes a outros imigrantes e dava orientações de como proceder para não serem barrados na fronteira.
Os imigrantes eram acompanhados até a fronteira por um guia contratado por Felicitas e seguiam, de ônibus, para a área comercial de Loas Angeles, onde pagavam a quantia de US$3,500.00 (cerca de R$ 5.600,00). Acredita-se que a quadrilha movimente cerca de US$280 mil por mês (cerca de R$ 450 mil).