No mesmo dia em que surgiram os rumores de que, como forma de fazer caixa para o pagamento de juros bancários, a EMI poderá se desfazer de Abbey Road, um dos principais personagens da história disse ter um plano para evitar um eventual fechamento do legendário estúdio no norte de Londres: numa entrevista ao programa ‘’Newsnight’’, veiculado pela rede BBC2, na noite de terça, Paul McCartney afirmou estar envolvido em negociações para montar um consórcio de artistas e produtores que compraria o estúdio da gravadora, adquirida em 2007 pela fundo de investimentos Terra Firma.
"Há algumas pessoas associadas ao estúdio por muitos anos que estão falando numa oferta para salvá-lo. Espero que dê certo, pois tenho tantas lembranças dos meus tempos com os Beatles em Abbey Road", afirmou McCartney.
Além de ter sido palco das gravações da maioria dos discos dos Beatles, incluindo o último do quarteto de Liverpool ("Abbey Road", com a foto de John, Paul, George e Ringo’ atravessando um cruzamento de pedestres na rua do estúdio), a mansão do período georgiano no bairro de Saint John’s Wood testemunhou também a gravação do seminal álbum "The Dark Side of the Moon", do Pink Floyd.
McCartney, a rigor, poderia comprar o prédio sozinho, já que a mais recente estimativa é que o ex-Beatle tenha uma fortuna de mais de US$ 600 milhões - o estúdio está avaliado em cerca de US$ 40 milhões. O estúdio experimentou grande desvalorização nos último anos. A Abbey Road já tem um preço oito vezes menor por dia de gravação do que na década passada.