O menino Sean Goldman já está, desde a manhã desta quinta-feira (24) com seu pai biológico, o americano David Goldman. Por volta das 10h da manhã, Sean deixou o consulado dos Estados Unidos no Rio, acompanhado do pai, rumo ao aeroporto do Galeão, onde os dois embarcariam para o exterior. Os que acompanharam a chegada e a saída de Sean do consulado americano relatam uma cena triste. Sean chegou ao local agarrado ao seu padrasto, o advogado João Paulo Lins e Silva, e parecia assustado com o tumulto.
O carro da família brasileira de Sean parou a cerca de 200 metros do consulado, e ele, seu padrasto, a avó materna, Silvana Bianchi, e o advogado da família, Sérgio Tostes, percorreram essa distância a pé, cercados por dezenas de repórteres, fotógrafos e cinegrafistas. Segundo Tostes, foi tentada uma negociação para que Silva Bianchi acompanhasse o menino até os Estados Unidos, no avião fretado pelo governo americano. "Mas o governo americano negou", relatou Tostes. A porta-voz da Embaixada dos Estados Unidos, Orla Blum, de acordo com a agência AP, negou qualquer envolvimento do governo americano nas negociações sobre como seria a volta de Sean aos Estados Unidos. O caso Sean Goldman teve várias reviravoltas nas últimas semanas. O Tribunal Regional Federal primeiro concedeu a guarda do menino a David Goldman. Depois, a família brasileira de Sean conseguiu do ministro Marco Aurélio Mello uma liminar que estabelecia a permanência do menino no Brasil. Na última terça-feira (22), o presidente do STF, ministro Gilmar Mendes, cassou a liminar de Marco Aurélio e determinou a volta de Sean para os Estados Unidos com seu pai em 48 horas. Em 2004, a mãe de Sean, Bruna Bianchi, separou-se de David, e trouxe o menino de volta parao Brasil. Ela casou-se, então, com João Paulo Lins e Silva. Em agosto de 2008, porém, Bruna morreu durante o parto da sua segunda filha. É nesse momento que começa a disputa entre David e a família brasileira de Sean pela guarda do menino. Após a decisão de Gilmar Mendes, a família de Sean no Brasil anunciou que desistiu da disputa e não irá mais recorrer. "A guerra acabou", disse o advogado Sérgio Tostes.