Washington - A partir de junho entram em vigor as novas tarifas do Serviço de Imigração e Cidadania dos Estados Unidos (USCIS), com altas de cerca de 80% em mais de 40 trâmites, provocando críticas de legisladores e grupos hispânicos no país.
"Estávamos trabalhado na construção de uma nova estrutura", afirmou González. Ele quis deixar claro que a decisão da agência não é fácil, porque afetará muita gente, mas é indispensável.
O órgão não tem fontes externas de financiamento e as tarifas anteriores não permitiam cobrir as despesas de um controle mais rígido, exigido pelas novas medidas de segurança após os atentados terroristas de 2001.
Além disso, o USCIS quer estar em condições de enfrentar os possíveis desafios de uma reforma migratória, que poderia criar um programa de trabalhadores temporários e aumentar o número de solicitações de residência.
"Precisamos nos modernizar. Temos que ser capazes de oferecer o melhor serviço possível", disse González. "Não podemos nem sequer pensar numa reforma migratória que nos traga muito mais solicitações se continuarmos como estamos agora", acrescentou.
Segundo o funcionário, a intenção é agilizar os trâmites da agência em 20% a curto prazo.
Legisladores hispânicos e de origem asiática, além do Fundo México-Americano para a Defesa e a Educação (Maldef) criticaram imediatamente as novas tarifas.
"Nossa obrigação é garantir que os serviços de imigração e cidadania sejam acessíveis", afirmou o líder do Caucus Hispano da Câmara, o democrata Joe Baca, em comunicado.
O líder do Caucus Asiático, Mike Honda, prometeu que seu grupo fará o possível para garantir que os aumentos sejam "justificados e razoáveis".
O Maldef pediu ao Congresso que exerça seus poderes de supervisão e encontre alternativas para melhorar e financiar a crescente burocracia no setor da imigração.
Segundo o presidente da organização, John Trasviña, o aumento de tarifas proposto pela administração só servirá para criar uma barreira a mais para o sonho da cidadania americana, "às custas dos residentes permanentes que já pagam impostos".
O último aumento geral na agência foi em 1998, quando as tarifas subiram 76%. Após o ajuste, as taxas foram reajustadas pela inflação em 2002 e em 2005.