Imigrantes Americanos e Europeus Batem Portugueses na Capacidade de Iniciativa

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November 13, 2004, 12:00 am
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Imigrantes Americanos e Europeus Batem Portugueses na Capacidade de Iniciativa
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Os imigrantes norte-americanos e os estrangeiros da União Europeia residentes em Portugal têm uma "taxa de empreendedorismo" superior à dos portugueses. Um estudo do Alto Comissariado para a Imigração e Minorias Étnicas (ACIME), ontem apresentado em Matosinhos, afirma que a diferença é de 40 para 26 por cento.

O trabalho de investigação realizado por Catarina Reis de Oliveira foi divulgado na Associação Empresarial de Portugal, numa sessão que serviu também para Lourenço Xavier de Carvalho revelar o seu estudo qualitativo sobre os "Impactos e reflexos do trabalho imigrante nas empresas portuguesas". O retrato traçou-se pois numa dupla vertente, ambas pela positiva.

Ainda antes de entrar para a sessão, o alto comissário fez precisamente referência a essa dualidade. Os imigrantes "não estão só numa relação de dependência em Portugal: têm iniciativa, experiência, podem contribuir positivamente para o desenvolvimento da economia" nacional, disse António Vaz Pinto, reiterando que o "reconhecimento das habilitações e competências [dos imigrantes] tem de ser facilitado", bem como os processos de reunificação familiar.

O coordenador do Observatório da Imigração, Roberto Carneiro, seguiu a mesma linha. Lembrando que "cerca de 5 por cento do PIB nacional é suportado pela imigração", frisou que "não cresceríamos como crescemos em termos económicos se não fosse" esse fenómeno.

"Aliás", sublinhou ainda Roberto Carneiro, "o grande drama que nos transmitem as empresas é que possamos vir a ter escassez de mão-de-obra imigrante no futuro e [que] isso torne insustentável algumas actividades económicas, como seja a construção civil, a agricultura, a restauração, etc..."

Do estudo de Xavier de Carvalho - feito a partir de 22 entrevistas (15 administradores e directores de recursos humanos e sete imigrantes) - emana o retrato do trabalhador apreciado pelos empresários: fortemente disponível (não só ao nível quantitativo e qualitativo, mas também geográfico e funcional).

"A necessária renovação do "stock" de mão-de-obra imigrante em Portugal apresenta-se nas empresas como uma preocupação latente que tende a tornar-se cada vez mais manifesta", disse o investigador. Os "bons" ameaçam regressar aos países de origem, há predisposição nas empresas para os "segurar".

Do estudo sobressai a necessidade de se repensar os mecanismos legais de recrutar e manter mão-de-obra estrangeira no país. Mas também a "descrença na capacidade de planeamento político", na certeza de que o "sector fará, em momento oportuno mas urgente, a necessária pressão sobre a administração central" para haver legalizações extraordinárias.

Note-se, a este propósito, que, na opinião de Roberto Carneiro, "o sistema de quotas tem de ser repensado". Impõe-se criar "um sistema mais rápido, mais ágil, de correlação entre a oferta de mão-de-obra e a procura". Porventura, encontrar um modo de colocar as ofertas de emprego, "em tempo real, nos consulados portugueses dos principais países de origem" dos imigrantes.

Asiáticos mais familiares

Nem todos os estrangeiros trabalham por conta de outrem. O trabalho de Catarina Reis de Oliveira vem mostrar que os imigrantes norte-americanos e os cidadãos oriundos de outros países da União Europeia têm uma taxa de "empreendedorismo" mais alta do que a nacional: "Em oposição aos africanos, que apresentam a taxa mais baixa (5 por cento)."

Os imigrantes de Leste têm uma expressão diminuta nesta categoria, uma vez que detêm principalmente autorização de permanência e não de residência: só podem exercer uma actividade dependente.

O quadro não é homogéneo, mas tem uma tendência acentuada. "A maioria dos empresários estrangeiros têm trabalhadores assalariados a seu cargo", diz. "O peso dos trabalhadores isolados, ainda que reduzido, ganha maior expressividade no caso dos nacionais de países asiáticos (15,2 por cento contra 7,3 por cento do total de estrangeiros)." E este caso "ilustra a importância do trabalho familiar não remunerado", explica Catarina Reis de Oliveira.

Segundo a investigadora, em Portugal não tem havido incentivo empresarial aos imigrantes. As estratégias empresariais desencadeadas no país por imigrantes dependem de recursos pessoais (poupanças individuais, experiência pessoal, qualificações), recursos familiares e/ou oportunidades étnicas (empréstimos financeiros da comunidade, trabalhadores, fornecedores e consumidores co-étnicos, redes de solidariedade).

Notícia publicada no jornal Público, http://www.publico.pt

Author: Moises Apsan
Attorney with over 35 years of experience. Past president Federal Bar Association NJ Chapter (1997-2002). Offices in New York, NY, Newark, NJ. Tel: 888-460-1800 http://www.apsanlaw.com and www.drmoises.com
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Saturday 13 November 2004
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